de um real problema comunicacional… [‘brasão abençoado’ incluído e actualizado]

mesclab© picjoke | Tomo III

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caríssima(o),

nestes últimos dias, de um (mais do que evidente) pré-anúncio de um triste final de época de desalento, houve mosquitos por cordas com uma questão que envolveu sacholas, pás, picaretas, cortes de estrada, adeptos dos Super Dragões, comunicados destes e quem redige a actual newsletter Dragões Diário, tal e qual foi relatado aqui, aqui, aqui e aqui.

começo pelo fim, reforçando o que afirmei ontem: apesar do alarido comunicacional do jornalixo tuga, mais interessado no soundbyte do que no verdadeiro apurar dos factos, tudo não passou de uma feliz reivindicação, bastante original até, por parte de quem tem toda a legitimidade para estar saturado com as últimas prestações da Equipa.
afinal é tão-somente o grupo de adeptos que acompanhou o nosso clube do coração (literalmente) «para todo o lado», levando-a ao colo em todos os momentos da temporada, inclusive nos negativos  que não há como sonegar que os houve e em alturas preponderantes daquela, onde tudo o que se pedia, onde tudo o que eu queria, era que não claudicasse, dando tudo por tudo, e que não se «danificasse a camisola». e, como tal não se verificou, esse é o grupo que tem toda essa legitimidade para assobiar, para demonstrar todo o seu desagrado. e, note-se bem no momento em que o faz: quando tudo já está decidido (perdido) a nosso desfavor, depois de uma exibição miserável e não a meio da temporada, dando azo a uma indesejável instabilidade. é assim que se faz, massa assoBiativa! é assim que se procede! é assim que se apoia com sentido crítico!

em suma: estou completamente de acordo com as picaretas” (e se é que as houve), e não espero outra resposta, no jogo de hoje, que não seja o de se rectificar a péssima imagem dada em Belém.

por outro lado, mas ainda num mesmo diapasão, não posso deixar de manifestar o meu mais profundo desalento por todo esta enorme incógnita que se prende com o factor da comunicação oficial do Clube seja para o exterior, seja para dentro, para o balneário. explico.
tenho, para mim, que os pífios processos do apito (o dourado e o final) acarretaram uma nova função para quem se presta a comandar os destinos da equipa sénior do nosso futebol profissional: o de dar a cara pelo Clube, pelo brasão abençoado que transporta ao peito e por todas as estórias de que faz parte a História do nosso manto sagrado. e, assim, onde antes existia o cunho presidencialista, agora verifica-se um silêncio ensurdecedor por parte da Direcção do Clube e um lançar às feras para quem vem por Bem com a missão primeira de ser treinador. a presente temporada é o espelho desta minha convicção, com Lopetegui a ser saco de pancada para todo o tolo sabujo e/ou pé-de-microfone que se preste a esse serviço boçal. a única vez em que se ouviu aquela que, em tempos (idos? muito idos?), foi a Voz do Dragão, aconteceu aquando da machadada na Pedreira e, mesmo assim, sem se alongar em muitos considerandos (sim!, que as últimas duas entrevistas em que apareceu «apenas e só» serviram para repetir pedaços imemoriais da nossa História desportiva e um ou outro ataque, softzinho e bem a destempo, de todo o abjecto #colinho em que se transformou este campeonato).

numa altura em que, nunca como Hoje, o Clube possui invulgares meios de comunicação ao seu dispor desde páginas oficiais nas mais variadas redes sociais, até a um canal de televisão , não consigo compreender todo este nosso marasmo comunicacional.
mais: não consigo aceitar que, para lá da sua forma peculiar de o fazer (chamemos-lhe assim), seja uma newsletter, uma vulgar nota de imprensa e mesmo que pela pena de um jornalista conceituado, a ser a voz oficial do Clube.
mais ainda: não consigo descortinar a estratégia inerente a todos estes factos que revelam um vazio em termos de comunicação, quando o que se pretende é que haja alguém da Estrutura que os tenha no sítio, enfrente a turba e acalme as hostes. remeter essa função para o treinador e para uma simples nota de Imprensa é dar imagem contrária: a de que não se pretende comunicar olhos-nos-olhos com quem de direito e que, de facto, é o garante do sucesso de todos os intervenientes neste processo: a massa adepta portista (associativa, assoBiativa, de sofá, estrangeira, neteira, bloggeira ou outra qualquer).

dois exemplos do que afirmo:

1)
o Clube vai proceder a uma renumeração dos seus associados.
conforme é referido na sua página oficial, «numa primeira fase, será dada prioridade à via digital». sabendo-se que ainda há muitos associados que desconhecem estas valências, faço votos para que a segunda fase contemple o envio de uma carta aos associados que eventualmente ainda não tenham contactado o Clube em tempo útil. umtelefone também ficaria bem. não o fazer é ignorar deliberadamente uma «iniciativa que visa estreitar os laços com os sócios e potenciar novas valências, inerentes ao próprio cartão e às novas ferramentas que o Clube tem ao dispor».

2)
quanto tempo haverá ainda para se responder, de forma oficial, a esta autêntica merd@, em mais uma (mais do que evidente) falta de ética e de deontologia jornalísticas?
e terão os adeptos que esperar pelo Dragões Diário de amanhã para saber o que, à data e hora destas linhas, se desconhece e merece ser esclarecido?
e, mais importante, quem trabalha para aquele lixo tóxico terá acesso livre para fazer a reportagem ao jogo desta noite, como se nada tivesse passado?
[actualização às 13h40m:
 a resposta oficial à primeira e segunda perguntas encontra-se aqui. já quanto à terceira…]

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são perguntas a mais para tanto silêncio, pelo que se regressa ao parágrafo inicial deste texto que já vai longo: o (mais do que evidente) pré-anúncio de um triste final de época de desalento não pode descaracterizar o nosso ADN e que também passa por sermos um clube lutador e reivindicador dos seus direitos ante todos os «gloriosos» atropelos a que é alvo, a tempo, a horas e pela voz viva dos seus dirigentes máximos (e não pela redacção silenciosa de um qualquer comunicado e/ou nota de Imprensa).

por último e para quem tiver interesse, aqui divulgo o último BRASÃO ABENÇOADO, da autoria de Pedro Marques Lopes, sob o título nós não fomos nós! (aqui), publicado na edição impressa desta Sexta-feira do pravda editado pelo sinhôre serpa (aqui).
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sugestão musical:

The Police, message in a bottle.
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disse!
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8 thoughts on “de um real problema comunicacional… [‘brasão abençoado’ incluído e actualizado]

  1. “tenho, para mim, que os pífios processos do apito [..] acarretaram uma nova função para quem se presta a comandar os destinos da equipa sénior do nosso futebol profissional: o de dar a cara pelo Clube”
    foi exactamente isso, camarada. senti, aquando da saída do jesualdo após o campeonato do túnel, uma enorme gratidao pelo homem, apesar de nunca ter gostado dele como treinador (nao coloco em causa a competencia, há coisas de que se gosta e de que nao se gosta). a forma como aí teve que dar o peito ás balas, e em condicoes nao menos adversas que as desta época foram notáveis.
    O desgaste inicial de VP tb terao tido algo a ver com isto.
    mas queremos um treinador para treinar (e sim, pode meter-se em alguns mind games próprios do métier) ou para andar a mandar bojardas com a ajuda duma newsletter?

    excelente post, concordo em absoluto com as questoes comunicacionais

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  2. Isto está mesmo mau…
    Acho que algo de muito errado se passa no nosso clube…
    Sinceramente nunca achei grande piada à digressão na América, mas isto está ao nivel dos piores anos do 5lb…

    Estou mesmo muito preocupado.

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