not@s soltas de uma partida sem estória(s)…

im01v© desporto.sapo
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1)

foi uma partida onde, desde o primeiro ao último minuto, imperou a lei do mais forte: a do Futebol Clube do Porto.
fruto do trabalho que a Equipa desenvolveu em Barcelos, houve a possibilidade de proceder a alguma rotação (rotatividade?) no plantel, concedendo preciosos minutos de competição a elementos para um Futuro próximo – Chidozie e Vítor García -, assim como tempo de jogo a quem regressa agora à competição, depois de arreliadoras lesões – Bueno e Martins Indi.
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2)

o ritmo de jogo foi sempre baixo, num compasso lento-devagar-devagarinho.
o golo madrugador – segundo jogo em que tal acontece, facto que se saúda! – ajudou ao que muitos antecipavam: seria uma espécie de jogo-treino, mas mais a sério, e numa meia-final da Taça de Portugal (!!!).
as oportunidades sucederam-se mais na baliza à guarda de um puto do Gil, que se estreou no Dragão e que (confesso) me deixou boa impressão. a meio da segunda parte, o conjunto de Barcelos “espevitou-se” e ameaçou, por três vezes, o golo do empate. por pura aselhice não o fez, pelo que viria a sofrer o golpe de misericórdia, nesta partida, a 10′ do fim, por intermédio de Marega. e, só não acumulou mais um golito porque a barra devolveu uma cabeçada fulgurante de Aboubakar
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3)

avaliações individuais:

» Helton: não esteve brilhante, num jogo em que não foi chamado a intervir de forma significativa. na fase de maior aperto, a meio da segunda parte, quase comprometia e “borrava a pintura”, com duas escorregadelas, que só não foram fatais porque os homens do Gil foram franganitos, quando se pedia que fossem capões. felizmente não aconteceu nada de mais, e chega à final com a sua imBicta baliza completamente inviolada.

» Vítor García: mais um jogo a demonstrar à saciedade que merece fazer parte do plantel principal na próxima época – senão mesmo já nesta, numa alternativa bastante credível ao Victorio Páez. assertivo a defender, “feroz” a atacar, foi incansável a “fazer piscinas” no seu flanco e irrepreensível a “dobrar” Chidozie (pelo menos) três vezes.

» Chidozie: fiquei muito feliz pelo golo que marcou, pleno de oportunidade e que fez por o merecer, num justo prémio pelo trabalho que tem vindo a desenvolver junto “dos grandes”. teve algumas falhas de marcação, próprias de um catraio com uns singelos 19 anitos – facto que convém não esquecer.
considero que são as “dores normais”, num crescimento sustentado e que se augura risonho, para todas as partes envolvidas.

» Miguel Layún: não sabe jogar mal. ponto. foi mais um jogo numa posição que, mesmo não sendo a sua, não comprometeu. e ainda ganhou ritmo de jogo para Braga, depois da sua ausência, em Belém, devido a castigo. ainda tentou o golo, num remate de longe, antes de ceder o lugar a Martins Indi. debalde.

» José Ángel: terceira titularidade consecutiva, num feito inédito em pouco mais de ano e meio de Brasão Abençoado ao peito. esteve (bem) mais afoito no ataque, consequência de um crescendo de confiança que aquele facto certamente lhe confere. pese embora os defeitos de marcação, de posicionamento e de recuperação defensivos, conseguiu um par de bons cruzamentos (depois de inúmeras tetativas, mal sucedidas…), o último dos quais “desperdiçado” por Aboubakar.

» Rúben Neves: num jogo sem grande estória, travou um duelo interessante com Platiny e sobretudo Yeo. na minha óptica, não esteve bem, em termos defensivos, mas conseguiu compensar a sua prestação imprimindo acerto no passe, criando algumas oportunidades de desmarcação aos homens mais à sua frente (normalmente Bueno).

» Sérgio Oliveira: bastante afoito no meio-campo portista, “ganhou asas” com a entrada de André². até esse momento, por vezes, viu-se um pouco “aos papéis” na marcação a Nani, valendo a colaboração de Evandro.
teve duas perdas de bola (muito) comprometedoras, no decurso da segunda parte, que levaram a (mais) dois momentos de exaltação por parte de Peseiro. houvesse a possibilidade de mais do que três substituições e seria candidato à saída. e, concordo contigo: aquele livre, aos 57′, merecia melhor sorte…

» Evandro: não foi o “cérebro” do ataque que se pedia, para este jogo, “empastando-o” mais do que o desejável. sempre que a bola chegava aos seus pés, como que o ritmo de jogo (já de si, lento) descia para uma rotação ainda mais baixa [pleonasmo propositado]. por outro lado, foi muito solidário com o Sérgio Oliveira, na intenção de uma pressão forte, logo à entrada do nosso meio-campo defensivo. saiu com queixas físicas. espera-se que não seja nada grave…

» Silvestre: mais uma partida em que o alter-ego do Varela marcou presença. e mais um jogo em que foi a antítese do que dele se pretendia. não gosto de ser injusto para com qualquer profissional que honre o Brasão Abençoado mas, neste caso, confesso que o Miguel Sousa Tavares é capaz de não estar errado nas críticas que lhe tece e no que dele aventa: que o seu tempo, pelo reino do Dragão, já pertence ao Passado…

» Marega: exibição esforçada, por parte de um jogador que, no meu (leigo) entendimento, necessita de intenso trabalho técnico. é um “poço de força” e disso não restam dúvidas; mas considero que, naquela posição específica (de ala), é necessário algo mais. no seu caso, muito mais. exemplo prático: aos 71′, fez um disparate, quando preferiu um remate para a bancada, aos invés de assistir Bueno, solto na área; por outro lado, ainda na primeira parte, conseguiu ganhar uma bola “na raça”, cavando para si uma “auto-estrada” e servindo de bandeja Aboubakar, para um remate deste ao poste… ou seja: há a necessidade de alguma constância no seu jogo.
marcou o seu segundo golo no Dragão (o primeiro com a nossa camisola), num lance de enorme altruísmo por parte de Aboubakar.

» Aboubakar: numa partida em ritmo de treino e onde raramente foi servido como deveria, fez um grande trabalho. esteve na esmagadora maioria dos lances mais perigosos do ataque portista e foi manifesta infelicidade que não “picou o ponto” – com aquele remate aos poste, o cabeceamento à barra e aquela sua doce assistência para o golo de Marega.

» Bueno: regressou à competição depois de uma catrefada de jogos em que esteve a recuperar de uma arreliadora lesão muscular. para quem carece de tempo de jogo, pareceu sempre “fresco”, pautando a sua actuação por não se desgastar em “corridas inúteis”, optando por ocupar bem os espaços no terreno de jogo.
não acusou a ansiedade (num regresso esperado e expectável), desmarcou-se sempre bem e a preceito, e com uma plenitude de movimentos ofensivos que não enganam. também foi capaz de perder dois golos “cantados”…

» André²: foi a jogo numa altura em que o Gil começava a “espevitar-se” e paulatinamente perdíamos a luta do meio-campo, mormente devido ao crónico “eclipse” do Silvestre. denota que ainda não está na sua plenitude física; mas, mesmo assim, foi preponderante no reerguer do sector mais importante para o actual modelo de jogo portista, sendo aquela “formiguinha” que se desmultiplica em diferentes tarefas e que abnegadamente ainda tem forças para ajudar uma defesa em apuros. teve um lance, na segunda parte, em que, por mau domínio da bola, perdeu uma assistência preciosa para o Bueno (novamente solto na área)…

» Martins Indi: vinte minutos em campo (mais os descontos) para ganhar ritmo de jogo, depois de uma lesão contraída em Dortmund. entrou no período em que o Gil ameaçou um golito, ajudando a serenar uma defesa que começava a apresentar mais furos do que um coador.

» José Peseiro: prometeu «empenho, compromisso e determinação» em fazer um jogo responsável. e cumpriu com o prometido.
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4)
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im02v© zerozero
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4683 espectadores. uma das piores assistências do nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos, se não mesmo a pior.
acima de tudo, não há pior “motivação”, para um jogador, do que jogar para bancadas despidas, “frias”, desprovidas de calor humano.
para o corpo dirigente da FPF – o principal responsável pela fixação dos preços dos bilhetes, para a partida em apreço – e depois da pouca-vergonha que se verificou em Barcelos, fica aqui expressa a minha indignação pelos valores pornográficos que tabelou, para um jogo de futebol, às 21h de uma gélida Quarta-feira e depois de se saber do resultado da primeira mão…
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5)

por direito próprio e muito mérito, a 22 de Maio estaremos no Municipal de Oeiras. os que vestem azul-e-branco, congratulam-se com este feito, cinco anos depois da última visita; os detractores preferem abordar as questões de um sorteio favorável (que houve!), da felicidade dos adversários que nos calhou pela frente (que existiu!) e da hipotética temperatura das “bolinhas” do sorteio – as mesmas que, em tempos, proporcionaram este ridículo aqui
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disse!
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3 thoughts on “not@s soltas de uma partida sem estória(s)…

  1. Ja|lá|mor|a|!

    E mais uma vez o meu Clube do coração e o Clube da minha cidade a disputarem uma final…

    O que fazem os pasquins, nossos conhecidos? Dão capas a propagandear o jogo que, para eles, já lhes “ferve” há muitas semanas.

    Agora que venha esse jogo tão esperado, no Domingo.

    Avante, FC Porto!

    Abraços!

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